Boi Caprichoso doa 80 cestas básicas e 2 mil luvas ao Hospital Padre Colombo de Parintins

Para fechar a programação do aniversário de 107 anos do Boi Caprichoso, a diretoria azulada, realizou nesta sexta-feira (23) a entrega de 80 (oitenta) cestas básicas e 2 (duas) mil luvas ao Hospital Padre Colombo (HPC), em Parintins (distante 369 km de Manaus). O repasse dos mantimentos foi feito pessoalmente pelo presidente Jender Lobato e pela diretora de curral Maria Auxiliadora, a Dora, durante a tarde.

A unidade hospitalar, administrada pela Diocese de Parintins em parceria com os governos municipal e estadual, observou a demanda de atendimentos aumentar durante a pandemia de covid-19. Em virtude do Hospital Regional Jofre Cohen (HRJC) se tornar referência para o tratamento do novo coronavírus, os demais serviços de saúde foram concentrados no HPC.

Os materiais foram recebidos pela assistente social Núbia Santos, que classificou como fundamental o apoio dado pelo Boi Caprichoso. “Toda ajuda que recebemos é de grande valia, seja para os funcionários, bem como para os pacientes e acompanhantes. A alimentação chegou em ótima hora, em nome da Diocese de Parintins nós queremos agradecer”, comentou.

O presidente Jender Lobato destacou o empenho dos profissionais de saúde durante este período de pandemia. “Nós sabemos que não é fácil encarar esse desafio, deixar a família e atender a população. Essa entrega é o reconhecimento e também o agradecimento pelo trabalho desempenhado diariamente por esses profissionais”, destacou.

O Boi Caprichoso completou 107 anos no dia 20 de outubro e organizou uma série de atividades para comemorar a data, como uma live direto do Teatro Amazonas, em Manaus, que contou com presença dos itens oficiais. Em Parintins, o Galpão Central de Alegorias passou por uma limpeza e organização para o início dos trabalhos da temporada 2021.

Texto: Marcos Felipe

Caprichoso recupera área atingida por fogo e reorganiza galpão de olho no Festival

Parintins (Am) – O Boi Caprichoso conclui nesta sexta-feira (23) a limpeza da parte do galpão que foi tomada pelo fogo na última terça-feira (20). O presidente, Jender Lobato, o diretor administrativo, Diego Mascarenhas, e o presidente do Conselho de Arte, Ericky Nakanome, visitaram o local onde avaliaram os danos e calcularam os prejuízos.

Parte do muro foi danificado pelo fogo e a diretoria iniciou um serviço de reparos para restaurar a área. Por pouco, o incêndio também não chega às alegorias do bumbá. Na quarta-feira pela manhã, ainda foram constatados focos de incêndio e sinais de fumaça. De imediato, a diretoria acionou o Corpo de Bombeiros que conseguiu novamente êxito no serviço.

O dirigente azul e branco informou que a agremiação não vai ficar se lamentando e ou se vitimizando, e com atitude, responsabilidade e parcerias vai recuperar o que foi perdido. Além de assegurar uma investigação para o acontecimento, Lobato determinou um serviço de limpeza do terreno, com intuito de organizar os materiais depositados e evitar novas ocorrências, como a que assustou a nação azul e branca esta semana.

“Contratamos uma retroescavadeira para tirar o entulho e começamos a separar todas as peças, principalmente o ferro, que poderá, dependendo da condição, ser reaproveitado. O que não for usado, será destinado para as associações coletoras da cidade. A ideia é evitar esse acúmulo de material”, explicou.

Questionado durante uma live sobre o trabalho dos vigias patrimoniais, Lobato afirmou que confia plenamente no serviço dos profissionais. “São pessoas responsáveis e que já estão bastante tempo conosco, conheço cada um deles e sei que fazem tudo para proteger o que é nosso. Foi um fato inesperado, nos fundos do terreno e precisamos aguardar as investigações”, disse.

De olho no Festival Folclórico de Parintins 2021

O presidente explicou também que os trabalhos para 2021 já começaram e o serviço no galpão faz parte do processo de construção do espetáculo azul. “Vamos deixar o espaço limpo, seguro e pronto para ser utilizado pelos nossos artistas. É aqui que construímos a festa e precisamos dele em plenas condições de funcionamento”, assegurou.

O presidente do Conselho de Arte, Ericky Nakanome, acompanhou o serviço e lamentou o ocorrido. “Ao mesmo tempo que nos entristece, também nos fortalece. A gente sabe que na medida em que o Festival de Parintins cresce, a demanda por espaço no galpão aumenta, e por isso usamos a área externa para armazenar peças. Manter essa estrutura não é fácil, não é barato. Estou ciente do esforço do presidente e vamos caminhar juntos para fazer desse ambiente um local adequado para a arte”, comentou.

Para o diretor administrativo do bumbá, Diego Mascarenhas, uma das preocupações mais importantes para a temporada é a segurança no trabalho. “Já estamos com a revisão pronta dos nossos materiais disponíveis, e estamos caminhando com a cotação de preço daquilo que vamos precisar para oferecer as melhores condições para nossos artistas. O objetivo é seguir todas as normas do trabalho”, frisou.

O Festival Folclórico de Parintins 2020 foi cancelado, por conta da pandemia do novo coronavírus. O presidente do Caprichoso assegurou que tudo o que foi planejado para este ano será potencializado para junho do ano que vem. “A gente tem se reunido constantemente, de forma remota, e conversado sobre o projeto de arena. A ideia é daqui para frente fortalecer ainda mais nossa união e caminhar para buscar o título em 2021, no Festival mais aguardado de todos os tempos”, afirmou.

Texto: Marcos Felipe

Boi Caprichoso evolui para homenagear Aderaldo Reis, sócio-fundador do bumbá

O Boi Caprichoso prestou homenagem nesta quarta-feira (21) ao sócio-fundador do bumbá Aderaldo Reis, de 63 anos, que morreu nas primeiras horas do dia por complicações da covid-19, em Manaus. O ato ocorreu em frente ao Curral Zeca Xibelão, em Parintins, durante o cortejo fúnebre que ganhou as ruas da cidade e visitou pontos importantes da vida do comunicador.

O presidente do bumbá, Jender Lobato, o presidente do Conselho de Arte, Erick Nakanome, diretores administrativos e torcedores participaram da homenagem. O momento foi breve e singelo, porém cercado de emoção. O Boi Caprichos evoluiu ao som de aplausos em respeito e saudação a Aderaldo Reis.

O ex-tripa do Boi Caprichoso e vizinho de Aderaldo, do reduto tradicional azulado da Rua Cordovil, Marquinho Azevedo, lamentou a perda do amigo. “Peço a Deus que alivie a dor da família, e de todos aqueles que o amavam e o admiravam. Hoje a nação azul e branca chora, pois perdemos um grande homem”, lamentou.

Erick Nakanome lembrou o sucesso do programa azul e branco nas ondas do rádio parintinense e disse que Aderaldo deixou sua marca para sempre. “Vamos ligar o rádio, e não vamos ter mais aquela voz marcante, de alguém que nos alegrou, que nos ajudou a chegar próximo do torcedor. Ele sabia falar com o povo do jeito caboclo, uma voz muito forte que se cala, mas entra para a eternidade”, disse.

Aderaldo Reis se notabilizou como um grande comunicador, com atuação forte no rádio e na televisão. No Caprichoso, ele desempenhou o papel como apresentador, animador e assessor de imprensa. Atualmente apresentava o programa radiofônico do bumbá. Casado com dona Sandra Reis, é também pai de dois importantes colaboradores do Caprichoso, Kamila Reis (assessora de imprensa) e Ygor Risatti (diretor de almoxarifado).

“Perdemos um grande amigo, um apaixonado pelo Caprichoso. Ele deixa um legado de amor por esse boi. Agradeço por todos os anos que atuou conosco, na divulgação de nossos eventos, nas participações assíduas de nossas assembléias. Foi sempre um sócio atuante, presente”, comentou Jender Lobato durante transmissão ao vivo na página do bumbá.

Texto: Marcos Felipe

Jender Lobato afirma que incêndio no terreno do Galpão de Alegorias será investigado pela Polícia

O aniversário de 107 anos do Boi Caprichoso poderia ter sido marcado apenas pela histórica live direto do Teatro Amazonas, porém por volta das 23 horas e 30 minutos desta terça-feira (20), um incêndio atingiu a área externa do Galpão Central de Alegorias do bumbá, localizado no Bairro Emílio Moreira, em Parintins. Não houve registro de vítimas e os bombeiros militares conseguiram conter o avanço das chamas minutos depois que a companhia chegou ao local.

De acordo com o presidente do Boi Caprichoso, Jender Lobato, as alegorias não foram atingidas. “Nós estávamos felizes pelo sucesso da live e fomos surpreendidos com a notícia vinda de Parintins. Quero agradecer ao trabalho do Corpo de Bombeiros, que com uma ação rápida conseguiu isolar as chamas para que nossos módulos não fossem atingidos.”, comentou.

Lobato se deslocou nas primeiras horas desta quarta-feira (21) até Parintins para acompanhar os procedimentos legais do caso e mensurar o que foi perdido pelo fogo. “Quero tranquilizar a nação azul e branca, que assim como nós, ficou bastante apreensiva com tudo que aconteceu, e dizer que estamos trabalhando para apurar os danos causados ao patrimônio. Já sabemos que o parte do muro foi comprometido, e vamos restaurar imediatamente essa área”, disse.

O presidente assegura que o caso será investigado em todos os seus detalhes para que se possa apontar a causa do incêndio. “Neste momento não podemos acusar ninguém, é muito cedo para isso, mas eu já entrei em contato com as autoridades policiais para iniciar uma apuração minuciosa de tudo. É certo que é muita coincidência ter acontecido logo no dia do aniversário do boi. Vamos investigar”, destacou.

Texto: Marcos Felipe

Caprichoso celebra 107 anos e emociona torcedores em espetáculo histórico

O Boi Caprichoso comemorou 107 anos de fundação nesta terça-feira (20/10), com um espetáculo especial para a nação azul e branca, no palco do maior templo cultural do Estado, o Teatro Amazonas. Transmitido ao vivo pelo canal oficial do bumbá no YouTube e em Parintins pela TV A Crítica, a apresentação teve mais de duas horas de duração e contou com a participação dos itens oficiais.

O espetáculo, que foi pensado como forma de presentear a nação azulada, obedeceu todos os protocolos de segurança sanitária orientados pelas autoridades de saúde, no combate à pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

“Nós estamos muito felizes com a realização dessa grande live, que foi feita obedecendo todos os critérios necessários. Teria sido muito interessante se nós pudéssemos comemorar também Parintins, que é onde o Caprichoso nasceu, mas não foi possível em virtude do Decreto Municipal do Toque de Recolher, ainda vigente na ilha. Nós pensamos e nada melhor do que fazer no palco do Teatro dos Sonhos, o Teatro Amazonas, tão bem propagado nas nossas apresentações na arena do Bumbódromo”, pontuou o presidente do Caprichoso, Jender Lobato.

No início do show, o apresentador Edmundo Oran dedicou a live aos ídolos da nação azul e branca, Arlindo Júnior, que faleceu em dezembro de 2019; e Klinger Araújo, falecido no último dia 29 de setembro, vítima de complicações causadas pela Covid-19. Foram homenageados, ainda, os compositores Emerson Maia e Tereza Cristina, além de todos os torcedores que enfrentaram momentos difíceis devido à pandemia.

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No palco do Teatro Amazonas, Jender Lobato anunciou novidades para os torcedores. Entre elas, o retorno do técnico de som Alysson Low; do maestro Labamba e do artista Fabson Rodriguez.

Outra surpresa anunciada foi a contratação do cantor Patrick Araújo, natural de Juruti (PA), que passa a integrar o time de artistas do Caprichoso.

“É maravilhoso receber o carinho da família Caprichoso, estou super feliz com tudo. Foi uma honra participar desse momento maravilhoso de comemoração do aniversário do boi, que vai ficar marcado na história. Podem contar comigo para tudo, estou aqui para somar”, afirmou Patrick, que estreou cantando a toada “É Amor, Amor”, do repertório 2020.

O presidente do Caprichoso agradeceu ao Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, pelo apoio na realização do evento.

“Graças a Deus a gente conseguiu fazer, mais uma vez, um grande espetáculo no padrão Caprichoso, com uma audiência enorme de pessoas que acompanharam de todos os cantos do mundo. O Caprichoso tem um time unido, fortalecido, para que possamos fazer um grande festival em 2021, o maior festival de todos os tempos, onde o Caprichoso, se Deus quiser, será o grande campeão”, enfatizou.

Texto: Nathalia Andrade

Caprichoso celebra 107 anos com live no Teatro Amazonas

O Boi Caprichoso completa neste dia 20 de outubro 107 anos de fundação e seu aniversário será celebrado com um espetáculo apresentado direto do palco do Teatro do Amazonas, em Manaus, transmitido ao vivo pelo canal oficial do bumbá no Youtube e em Parintins pela TV Acrítica. A programação inicia as 20 horas.

O presidente do Caprichoso, Jender Lobato, explica que a live não será realizada em Parintins em cumprimento ao decreto do toque de recolher, que começa às 20 horas. “Penso que o nosso momento é de contribuir com as autoridades de saúde e não de descumprimento das leis”, justifica. Para não deixar a data passar em branco, Jender Lobato solicitou da Secretaria de Estado de Cultura (SEC) a liberação do Teatro Amazonas. “No Teatro Amazonas vamos ter nossos itens oficiais e muitas novidades. Será imperdível a comemoração dos 107 anos de história gloriosa do nosso boi”, anuncia o dirigente azulado.

O espetáculo no palco do “Teatro dos sonhos” vai contar um pouco da história ao longo de mais de um século. A trajetória será transmitida na live por meio das toadas representativas dessa biografia. “Esse repertório foi pensado tentando aproximar o coração da galera azul e branca a todo o sentimento, a toda memória e a todo o conjunto de sentimentos que essas toadas geraram na época que foram produzidas, na época que elas foram tocadas e se mantém até os dias atuais”, explica o diretor do espetáculo e conselheiro de arte Márcio Brás.

O espetáculo cumprirá todas as medidas de proteção ao novo Coronavírus. Márcio revela que serão vários blocos temáticos com uma dinâmica de apresentação a partir dos arranjos que estão sendo preparados pelos maestros. “Teremos a presença da marujada, itens oficiais, muitas surpresas. A galera azul e branca vai ficar muito feliz com o que vai ser apresentado”, assegura.

Fundado em 1913 por Roque Cid, o bumbá atravessou o século construindo uma história de conquistas, de afirmação de suas raízes nordestina, afro indígena e amazônica, orgulhando o povo azul e branco de sua arte revolucionária. Para o presidente do Conselho de Arte, Ericky Nakanome, o Caprichoso tem uma importância muito grande para Parintins e para o Amazonas. “São 107 anos de cultura, 107 anos de arte, 107 anos de boi-bumbá Caprichoso. Esse folguedo deu visibilidade a uma cidade que, geograficamente, está distante das grandes metrópoles, por isso sofre consequências de um isolamento e boi Caprichoso traz esse manifesto por meio de sua arte fazendo com que a cidade ganhe notoriedade política, social e um grande destaque se comparado aos outros municípios”.

Boi Caprichoso emite comunicado após justiça determinar suspensão do leilão de bens.

Nação Azul e Branca!

O Boi Caprichoso comunica que, após pedido da presidência do bumbá, a Justiça do Trabalho suspendeu o leilão dos bens imóveis desta agremiação folclórica, que seria realizado nos dias 18 e 20 de setembro. A decisão é do juiz Dr. Djalma Monteiro de Almeida, do Tribunal Regional do Trabalho, e ocorreu nesta segunda-feira (31/08), data em que o presidente Jender Lobato e o vice-presidente Karu Carvalho completaram um ano à frente do Boi Caprichoso.

No recurso Agravo de Petição, o Caprichoso busca, por meio de seus advogados, que seja especificado o valor total dos débitos trabalhistas, para o posterior reconhecimento e adesão ao PEPT, Plano de Pagamento da Justiça do Trabalho.

O presidente Jender Lobato informa que está buscando um entendimento com a Justiça do Trabalho, no sentido de firmar um acordo para salvar o patrimônio do Caprichoso. Jender reconhece o que há um débito alto que há muito tempo vem sendo “empurrado com a barriga” e reforça que o Caprichoso agora vai pagá-lo!

A gestão do presidente Jender Lobato conta com atuação do escritório Lyra Góes & Advogados Associados, que, voluntariamente, tem contribuído na luta pelos bens imóveis desta Associação.

O Boi Caprichoso entende que não há o que comemorar, pois, infelizmente, a dívida é real e precisa ser paga, respeitando um planejamento financeiro e uma capacidade de cumprimento do que for acordado.

A Diretoria agradece o apoio incondicional da nação azul e branca, que tem ajudado a Agremiação a conquistar a vitória também fora da arena!

Boi Caprichoso criará Centro de Documentação e Memória, em Parintins

Parintins (AM) – O Boi Caprichoso terá um centro de referência de documentação e memória em Parintins (Cedem), a partir da contemplação na Lei Aldir Blanc, emergencial de incentivo à cultura, por meio do Prêmio Feliciano Lana. O projeto aprovado é de autoria do membro do Conselho de Artes, Diego Omar Oliveira, professor de história do Centro de Estudos Superiores de Parintins (Cesp) da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e doutorando do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

“Nossa ideia é implementar o projeto que a gente aprovou na Lei Aldir Blanc, no Prêmio Feliciano Lana, para o centro de documentação e memória do Caprichoso. Vai funcionar um pouco como funciona um centro de documentação e memória espalhado pelo Brasil. Eu sentia muita falta disso no boi, já que as informações e os acervos estão espalhados nas mãos de sócios, torcedores, colecionadores, pesquisadores, mas a gente não conseguia reunir esse conjunto de informações no boi”, explica o autor do projeto.

O espaço vai abrigar os acervos da história centenária do Boi Caprichoso. O conselheiro de artes afirma que o projeto é um esforço do boi para pensar a própria memória, com investimentos de recursos públicos conquistados via Lei Aldir Blanc, que apoia uma série de ações de salvaguarda do patrimônio cultural brasileiro. “Vale lembrar que desde 2018, quando os bois de Parintins foram reconhecidos como patrimônio imaterial, a gente não teve uma grande ação de investimento na memória dos bois, exatamente para salvaguardar os saberes tradicionais, as transformações, os acontecimentos que marcam essa festa”, pontua.

De acordo com Diego Omar, a proposta visa construir um centro de referência do Boi Caprichoso para tudo que diz respeito à história e à memória do bumbá. O centro tem três frentes de trabalho. A primeira é equipar espaço para receber os acervos, documentos de quem guarda um pouco da história do boi, da atuação como artista  dirigente. “Que possam nos destinar acervos pessoais ou material que recolheram durante o tempo que trabalharam. Aqueles que não quiserem doar, podem nos oferecer para a gente catalogar, tratar e digitalizar. Isso vai ampliar muito as chances de inserir o boi no circuito cultural nacional e nas pesquisas dentro das universidades”, enfatiza.

O autor do projeto diz que futuramente todo o acervo será disponibilizado online ao povo, porque pertence a quem ajudou a fazer a história do Boi Caprichoso. A segunda frente de trabalho consiste na criação do Programa de História Oral denominado “Histórias de um povo Caprichoso”. “Nós faremos 108 entrevistas em alusão aos 108 anos do boi que contem, a partir das pessoas, essa história que é de um coletivo. Vamos tratar de uma memória coletiva a partir de um ponto de vista de cada um que fez parte dessa história. Vamos gravar entrevistas com os guardiões da memória, pessoas mais velhas, que viram o boi em outro tempo”, declara.

Serão inseridos ex-dirigentes, itens, torcedores apaixonados, membros de torcidas organizadas, músicos, compositores, entre outros movimentos integrados ao boi. “Essas 108 entrevistas ficarão disponíveis publicamente na Internet em um canal no YouTube que a gente vai criar, não só em vídeo, mas textualizado”, pondera Diego Omar.

Conforme o autor do projeto, a terceira frente de trabalho é montar uma mostra permanente sobre a história do Boi Caprichoso. “Acredito que esse que vai atrair bastante a comunidade. Temos isso muito timidamente no Liceu de Artes, mas a gente quer que as pessoas que visitam Parintins possam conhecer mais profundamente a história do Caprichoso. É um lugar onde as pessoas são convidadas a fazer um mergulho na linha do tempo do boi. Nosso esforço é de reunião das memórias e a pluralidade para construir uma história mais democrática, sem focar em ícones, pessoas que fizeram sozinhas algo. A gente acredita que o boi foi feito por muitas mãos”, finaliza.