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Na tarde desta sexta-feira (15), o presidente do Boi Caprichoso, Rossy Amoedo, marcou presença na cerimônia de lançamento do 57º Festival Folclórico de Parintins. O evento ocorreu no Teatro Amazonas e contou com a participação de autoridades, artistas e representantes da cultura local, além dos itens do boi bicampeão, que também estiveram presentes no show promocional.

Durante a cerimônia, ocorreu a assinatura do termo da Coca-Cola Brasil, oficializando o patrocínio para os Bois de Parintins. O governador do Amazonas, Wilson Lima, o Diretor de Relações Governamentais da Coca-Cola Brasil, Victor Bicca, o secretário de Cultura e Economia Criativa, Marcos Apolo Muniz, o presidente do Boi Caprichoso, Rossy Amoedo, e o presidente do Boi Contrário, Fred Goés, estiveram no palco para celebrar esse momento histórico.

Em seu discurso, o presidente Rossy Amoedo expressou sua gratidão ao governador Wilson Lima e a todas as autoridades envolvidas na organização do Festival, assim como os parceiros e patrocinadores por tornarem possível mais uma edição desta grandioso evento.

“Quero externar ao governador Wilson Lima toda a gratidão em nome da Nação Azul e Branca, do povo de Parintins pelo que o senhor tem feito pelo Festival. Existe uma edição do festival antes do governo Wilson Lima e durante governo Wilson Lima e o maior festival, governador, nós vamos fazer este ano. Eu queria também aproveitar e cumprimentar todas as autoridades aqui presentes, agradecer o empenho, o apoio sempre ao nosso povo, que é um povo humilde, mas que sabe fazer um espetáculo muito importante, muito bonito, onde alcança e rompe fronteiras no qual coloca o nome da nossa cultura no maior patamar”, enfatiza.

Rossy também destacou a importância econômica e cultural do festival para a região, agradecendo o apoio dos diversos setores envolvidos e reafirmou o compromisso do Boi Caprichoso em elevar cada vez mais o nível do espetáculo.

“Quero reafirmar o comprometimento da nossa gestão, com os nossos parceiros, patrocinadores para que o nosso festival cresça cada vez mais, e encha de orgulho o nosso povo amazônida, que tanto vibra com a nossa Cultura”, destaca.

Os itens e o boi bicampeão do Festival encerraram o evento com o espetáculo no Padrão Caprichoso, que levou o público ao delírio, embalados pelo mix de toadas que marcaram a história do bumbá.

O rufar dos tambores da Marujada de Guerra deu a largada para a temporada 2024 do Boi Bumbá Caprichoso. O Povo Azulado lotou o Curral Zeca Xibelão nesta terça-feira, 12, no primeiro ensaio técnico do repertório musical que vai conduzir o espetáculo azul e branco “Cultura: O Triunfo do Povo”.

A trilha do bumbá é sempre um grande destaque nas apresentações das três noites do Festival de Parintins e para elevar o padrão Caprichoso de excelência os marujeiros iniciaram os ensaios de forma oficial e atraíram o torcedor, transformando o momento em festa.

“Todos nós curtimos muito a festa, ouvindo as toadas novas, ouvindo as toadas antigas. A energia que o curral, que as pessoas, que a marujada passou é uma energia que eu sei que vamos trazer o tricampeonato. Então, eu tô muito feliz de estar aqui”, disse emocionada, a torcedora azulada Nádia Almeida.

Além da Marujada, os ensaios reúnem a banda oficial, toadeiros, Corpo de Dança Caprichoso (CDC), Raça Azul, artistas e a diretoria azulada. O momento é de preparação, ajustes e celebração da cultura popular através da toada.

“A Marujada de Guerra inicia com o pé direito no curral lotado e a gente está muito satisfeito com esse início de trabalho. Somos um item vencedor. Iniciamos cedo nossa jornada de 2024 e a gente espera que o item se mantenha vencedor”, destaca o coordenador da Marujada, Felipe Sicsu.

Segundo o presidente Rossy Amoedo, o Caprichoso inicia a execução do projeto de arena construído à muitas mãos. “Estamos trabalhando para este Festival há alguns meses, mas hoje a gente rufa o tambor e convoca nossa nação azulada para celebrarmos o início oficial de uma trajetória de vitória”, disse o presidente azul e branco.

Os ensaios técnicos da Marujada, no mês de março, serão realizados às terças, quartas, quintas, sextas-feiras e sábados, no Curral Zeca Xibelão, a partir das 20h. O momento é aberto ao público.

O Festival de Parintins será lançado na próxima sexta-feira (15) em Manaus e no dia 22 de março no Bumbódromo, em Parintins. Antes desse lançamento, o secretário de estado de Cultura e Economia Criativa do Amazonas, Marcos Apolo Muniz, fez a primeira visita antes do início da temporada para entender as demandas dos bumbás e alinhar as ações de divulgação do espetáculo da floresta.

O secretário foi recepcionado pelo presidente do Caprichoso, Rossy Amoedo, pelo vice-presidente Diego Mascarenhas e os conselheiros Edwan Oliveira, Roberto Reis e Ronan Marinho. Ele conheceu as obras da cobertura dos galpões, viu algumas questões que já estão bastante adiantadas para o Festival deste ano.

“É a primeira vez que venho aqui já com o novo presidente. Quero parabenizá-lo pelo trabalho. O Caprichoso está pronto para a temporada, pois nessa época é importante já ter uma base e a gente fica muito feliz ao chegar neste lugar e já ver pessoas trabalhando, atuando”, destacou Muniz.

O presidente Rossy Amoedo disse que o bumbá sente-se feliz e honrado em perceber que o Governo do Estado do Amazonas é o maior parceiro do Festival. Ele ratificou o compromisso de mais uma vez fazer um grandioso espetáculo de encher de orgulho o torcedor, os patrocinadores e parceiros. “A vinda do secretário Apolo e dos demais secretários já demonstra essa preocupação do governador Wilson Lima, que fez o Festival crescer muito e continua acreditando, investindo e tendo um olhar carinhoso com o nosso espetáculo”, afirmou.

O secretário Marcos Apolo ainda recebeu do presidente Rossy Amoedo uma boneca da cunhã poranga Marciele Albuquerque confeccionada pelo artista do Caprichoso, Willian Muniz. A lembrança é um presente para a filha do secretário.

No Dia Internacional da Mulher, uma programação especial foi realizada pelo Boi-Bumbá Caprichoso de Parintins, destacando o empoderamento feminino e a importância das mulheres na construção do Boi Caprichoso

Parintins (AM) – A mesa redonda “O empoderamento feminino: Na gira do boi-bumbá”, realizada na noite desta sexta-feira (08/03) na Escola de Arte Irmão Miguel de Pascalle, reafirmou o quanto o Boi-Bumbá Caprichoso é vanguarda no compromisso pela igualdade de gênero na construção do Caprichoso e no desenvolvimento do Festival de Parintins.

O evento, mediado pela historiadora e conselheira de arte Larice Butel, contou com a participação da Cientista Social Francine Rebelo, da jornalista e conselheira Peta Cid, da conselheira e comentarista Socorrinha Carvalho e da Tuxaua do Caprichoso, Ira Maraguá, do povo Baré.

O Boi Caprichoso se destaca como vanguarda, sendo o boi que pioneiramente introduziu uma tripa (mulher que dançou debaixo do boi), uma vaqueira e uma Tuxaua no boi quando os espetáculos ainda não tinham a visibilidade que tem atualmente. E na história do Festival é o bumbá que foi presidido por duas mulheres, iniciativa que reflete um compromisso firme em promover a igualdade de gênero e reconhecer o papel fundamental das mulheres na cultura e tradição do boi-bumbá.

A mesa redonda foi direcionada às dançarinas, marujeiras, toadeiras, costureiras e demais brincantes do boi, bem como à comunidade acadêmica e ao público em geral. Contou com a entrega de certificados aos participantes, reforçando o compromisso do Boi Caprichoso em promover discussões significativas e valorizar o protagonismo das mulheres em sua história e tradição.

A jornalista Peta Cid lembrou do legado de sua mãe, Edinelza Cid, que foi uma das mais importantes figurinistas do Boi Caprichoso. Ela conta que o amor e a coragem dela e de dona Odinéa Andrade, madrinha do Caprichoso, são reconhecidos como símbolos de resistência e exemplo para as gerações atuais. “Elas não se abatiam e iam em frente para tentar projetar o boi. E o que é o boi hoje? Patrimônio cultural do Brasil e começou como? Com essas pessoas porque elas acreditavam que o boi poderia chegar longe e a coragem delas era indescritível”, disse.

Cid lembra ainda que sua mãe e dona Odinéa transformaram suas casas nos ateliês dos bois. “Elas não se deixavam abater por nada. Elas colocaram dentro da casa delas os QGs dos bois, elas acolhiam toda a classe LGBT que ajudava a fazer as roupas”.

A ex-presidente do Boi Caprichoso, Márcia Baranda, foi a primeira mulher na história dos bumbás a administrar um dos folguedos do Festival de Parintins. Também foi ela quem criou a primeira torcida organizada, foi a primeira mulher a presidir o Conselho de Arte, coordenadora de itens, administrou o galpão de alegorias e passou por praticamente todos os setores do bumbá. “Eu e a Socorrinha administrávamos o boi como torcedoras apaixonadas, com amor, paixão, muita dedicação e muito comprometimento, pois esse festival é a mola propulsora da nossa economia”, destaca.

Socorrinha Carvalho, ex-vice-presidente, ex-presidente do Conselho de Arte, comentarista na TV e conselheira de arte do Caprichoso, fez um dos comentários mais fortes no que diz respeito ao empoderamento feminino. De acordo com ela, antes de entrar no Caprichoso, ela sempre era conhecida como a Socorrinha de alguém, geralmente um homem de sua família.

“O Boi Caprichoso é um boi que acolhe nós mulheres. O Caprichoso me deu um nome em Parintins, o Caprichoso me empodera. Porque lá na minha cidade eu era a Socorrinha do seu Leandro, o meu pai. Quando cheguei aqui eu era a Socorrinha nora do Dodó Carvalho, depois eu virei a Socorrinha do Paulo Neto, hoje, eu sou a Socorrinha Carvalho por causa do Boi Caprichoso. Porque desde criança eu era a Socorrinha de alguém, geralmente de um homem, meu pai, meu sogro, meu marido”, disse emocionada, lembrando que a luta da mulher é diária.

Outro depoimento inspirador foi da jovem indígena do povo Baré, Ira Maraguá, Tuxaua do boi bicampeão do Festival de Parintins. Ela contou que o boi Caprichoso lhe deu a oportunidade de representar não apenas o seu grupo, mas todos os 23 povos indígenas de seu município, São Gabriel da Cachoeira. “Uma pessoa que vem de São Gabriel não consegue ser vista, mas o Caprichoso abriu essa porta e me deu esse protagonismo. Eu me sinto poderosa quando uso os brincos feitos pelo meu povo, assim como me sinto poderosa quando visto a camisa do Caprichoso”, destacou a artista indígena.

A diretoria do boi-bumbá Caprichoso conta com mulheres ocupando cargos de destaques em todos os setores desde a parte artística ao trabalho administrativo.