Em clima de vitória, nação azul e branca festeja o maior Boi de Rua da história 

A nação azul e branca viveu mais de nove horas de festa com o Caprichoso no maior Boi de Rua de todos os tempos, desde a saída no curral Zeca Xibelão às 20h até amanhecer na concentração do Bumbódromo neste domingo (19/06). Nem problema técnico no trio elétrico impediu milhares de torcedores de seguirem o trajeto da brincadeira tradicional e cantarem as toadas até a Praça dos Bois. A maior festa popular de boi-bumbá ficou marcada por uma grande apoteose com todos os itens com aparição em guindaste no meio da multidão e no palco montado na concentração. Já passava das 5h30 e os torcedores não arredavam o pé da festa. “Depois de quase três anos sem essa brincadeira, esse é o maior Boi de Rua da história e maior em emoção. Eu vi só alegria, felicidade, até agora 5h”, declara o sócio e torcedor, Anderson Souza. O encontro de Dona Julita Cid, 97 anos, nora do fundador do bumbá, Roque Cid, com o Caprichoso representou um dos momentos mais emblemáticos e simbólicos do Boi de Rua. A matriarca foi levada pelos filhos, netos e bisnetos para esperar a passagem do Boi Caprichoso na esquina da Rua Gomes de Castro com a Avenida Amazonas. História viva do azul ebranco, Dona Julita Cid, vestia uma camisa com a foto do sogro.

Com sequelas da Covid-19, o torcedor João Carlos Siqueira tirou forças da paixão pelo Boi Caprichoso para encarar todo o trajeto do Boi de Rua em uma cadeira de rodas no meio da multidão. Natural de Belém do Pará, ele, que também é co-autor da toada Cultura que Resiste, não conteve a emoção em rever o Caprichoso com a galera nas ruas enfeitadas com as cores do Boi de Parintins.

Na Avenida Amazonas, o Boi Caprichoso dançou na casa da sócia Ana Maria Azêdo, que é estampada tradicionalmente com as cores azul e branco. “Estamos com aquela ansiedade de brincar o boi e com aquela vontade de ser campeão. Nós vamos vencer esse festival, se Deus quiser, eu tenho certeza. Eu sou marujeira há mais de 30 anos e é nossa tradição enfeitar nossa casa. Nossa família toda é Caprichoso”, ressalta.

O Boi de Rua levou uma multidão de apaixonados, embalada pelos levantadores de toadas no trio elétrico, pela Rua Gomes de Castro e Avenida Amazonas que se transformaram em um mar azul. Com a parada do trio elétrico na Catedral de Nossa Senhora do Carmo, a nação azul e branca seguiu pelas Ruas Clarindo Chaves e Cordovil, Avenida Nações Unidas, Rua Marujada até a Paraíba para um show apoteótica dos itens, na Praça dos Bois.

No clima do 55º Festival Folclórico de Parintins, ao som da Marujada de Guerra, o Caprichoso protagonizou o primeiro reencontro com os torcedores nas ruas, após a pandemia da Covid-19, para manter viva a chama da cultura secular. Triciclos enfeitados também comporam o trajeto da brincadeira. Um dos momentos surpreendentes foi a aparição dos itens em uma lança de guindaste no palco na Praça dos Bois.

“É um Boi de Rua de muita emoção. É um momento de dizer que a nossa brincadeira encerra aqui, porque a partir de agora é batalha, é guerra, é estratégia para vencer o festival. O Boi de Rua é uma maravilha da vida parintinense. Quem é Caprichoso espera essa data com a alegria de lavar a sua alma com muita festa e vibração, principalmente com amor, pois estamos cheios de saudades”, declara o presidente do Conselho de Artes, Ericky Nakanome.

A nação azul e branca fez a festa para matar a saudade de brincar com o Caprichoso, com a vaqueirada, ruas enfeitadas, ao som das melhores toadas de boi-bumbá. “É um sábado antes do festival em que os torcedores extravasaram de alegria nas ruas. Fizemos uma apoteose jamais vista na Praça dos Bois e confiantes no título com três espetáculos na arena do Bumbódromo”, assegura o presidente, Jender Lobato.

O dirigente sentiu-se orgulhoso da nação azulada pela magnitude do evento. “É uma demonstração de sentimento tão profundo pelo boi. Isso é histórico, é épico, é memorável, mostra que a galera tá com muita vontade de ganhar o título. Isso é o começo de uma semana decisiva. Temos o festival e a vitória. A gente quer finalizar nosso mandato ano que vem com mais um festival e deixar esse legado do maior Boi de Rua da história”, descreve Jender.

 

Caravana Azulada chega à Parintins com 700 torcedores do Boi Caprichoso de todo o Brasil

O Boi de Rua e o Boi de Arena do Caprichoso reúnem os camisas azuladas de todos os cantos do país. Para se juntar à grande festa popular, a tradicional Caravana Azulada, organizada pelo Movimento Marujada, aportou em Parintins hoje, 18, à 11h. São 700 torcedores do Boi-Bumbá Caprichoso, vindos de Manaus, mas com passageiros apaixonados pelo Touro Negro de várias cidades do Brasil.

Após 16 horas de viagem em barco de Manaus até a Ilha Tupinambarana, a Caravana Azulada foi recepcionada pelo presidente do Boi Caprichoso, Jender Lobato, o vice Karu Carvalho, o tripa Alexandre Azevedo, a Marujada de Guerra e a Raça Azul e Branca, fazendo uma animada festa no porto de Parintins.

O presidente Jender Lobato e o vice-presidente Karú Carvalho deram boas-vindas aos apaixonados pelo Caprichoso. “A gente recebe de braços abertos. Todas essas pessoas amam o nosso boi. Não são torcedores comuns, são apaixonados. O Boi de Rua será o maior evento que um boi já fez nessa cidade. Agora, literalmente, o Caprichoso reúne todas as suas forças, torcidas e grupos para a maior apresentação que o boi já fez no Bumbódromo. A nação azul e branca pode esperar que o Caprichoso vai fazer o maior espetáculo já visto na arena e, se Deus quiser, seremos consagrados com o título de campeão”, afirma Jender.

De acordo com o presidente do Movimento Marujada, Beto Vital, a Caravana Azulada teve uma grande delegação de Belo Horizonte, Barcelos, Rio de Janeiro e São Paulo. “Veio gente de muitas partes do Brasil, a maioria de Manaus, para cá, inclusive parintinenses residentes na capital. Trouxemos 700 sorrisos azulados para completar o espetáculo do Boi Caprichoso até a consagração com a festa da vitória. A ansiedade estava guardada há dois anos, aflorou e veio todo mundo num pique maravilhoso. Ninguém dormiu no barco, som ligado o tempo inteiro, banda, e foi uma viagem sensacional, com toda segurança”, descreve.

O parintinense Daniel Júnior Malcher, que mora em Brasília (Distrito Federal) há dois anos, e o filho, Luiz Carlos, enfrentaram uma grande maratona de viagem aérea e fluvial para reencontrar o Boi Caprichoso no festival de Parintins 2022. “É muita emoção ser parintinense, percorrer os quatro cantos desse país e levar o nome do nosso festival com o Boi Caprichoso. Ainda mais ser azul, é maravilhoso e eu sou Caprichoso até morrer. Minha mãe foi diretora social do boi contrário, era o sonho dela eu tocar lá, mas eu gosto de ser Caprichoso”, assegura o torcedor, sócio e ex-marujeiro.

Residente em Parintins há dois meses, o torcedor Netto Ferreira, natural de Tombos, Minas Gerais, foi à Manaus para embarcar na Caravana Azulada e sentir o clima do festival à bordo descendo o Rio Amazonas com a nação azul e branca. “A gente esperou por muito tempo a volta do Boi Caprichoso, do festival de Parintins. Conheci o festival há 10 anos. Me encantei tanto pela cultura e pelo lugar que hoje eu moro em Parintins. Me mudei para cá há dois meses. Fui à Manaus para voltar com a Caravana. Foi como eu iniciei na primeira vez que eu vim. Tenho certeza que será o maior Boi de Rua e o maior festival. Vamos levantar esse título”, enfatiza.

Fotos: Arleison Cruz

Caprichoso brinca de boi com torcedor na quarta noite de ensaio técnico

Uma noite para brincar e boi. Foi com essa proposta que o Caprichoso entrou na arena do curral Zeca Xibelão nesta sexta-feira, 17. Lembrando tradicionais festa de boi nos terreiros e quintais, o bumbá destacou a alegria de dançar Boi-Bumbá. Foram mais de duas horas de muita toada e a felicidade estampada no sorrido de cada torcedor que se emocionou com o espetáculo “Amazônia, nossa luta em poesia”.

O ideal da noite esteve na dança do bailado corrido, nos passos das tribos, na força dos taxadas, na vibração da galera. A performance dos itens individuais foi um show à parte. Os meses de ensaios refletiram em apresentações impecáveis, mesmo sem mostrar toda a coreografia de arena. Todos conduzidos pela cadência e energia da Marujada de Guerra, afinada para mais uma sequência de notas máximas no Bumbódromo.

Momentos indígenas, caboclos, negros, mestiços. A cada quadro cênico-coreográfico partes do projeto de arena foi apresentado com intensa participação da torcida, em reposta à emoção causada na arena. Para o presidente do Caprichoso, Jender Lobato, as apresentações do Caprichoso são permeadas de emoção. Para ele, “após dois anos de saudade, brincar de boi é continuar vivo, é lutar pelo povo amazônida, sua cultura e sua essência”.

O vaqueiro Hunison Lima, 42, é o mais velho no item 18 e brincou de boi a noite toda. Ele começou na vaqueirada aos 14 anos e precisava fugir da mãe dele para ir pro Bumbódromo. A felicidade de entrar na arena sagrada valia o risco. “Eu me arrepio nos ensaios. Eu me lembro quando eu entrei na vaqueirada com quatorze anos e até hoje eu sinto a mesma emoção e eu quero levar essa emoção quero lpro resto da minha vida. Eu fico até emocionado”, disse o vaqueiro, lágrimando ao final da entrevista.

O membro do Conselho de Arte, Edwan Oliveira, comemorou as quatros noites de apresentação do bumbá. “O Caprichoso proporcionou para aqui quatro espetáculos inesquecíveis. Isso pra gente é muito importante não só pela afinação técnica do projeto que vai ser apresentado na arena como a motivação, a felicidade, toda essa garra, essa energia que a galera trouxe pra gente. Então, é um resultado fantástico, resultado perfeito. Nós estamos super felizes, a galera está feliz e a gente está com essa certeza de que o nosso espetáculo foi preparado pra trazer o título de campeão do festival 2022”, concluiu.

 

Caprichoso contagia torcedores e caminha forte para o título do festival

A galera do boi negro de Parintins lotou o Curral Zeca Xibelão para mais um ensaio técnico de arena

 

A sintonia entre os itens do Caprichoso e a galera azul e branca tem sido a tônica dos ensaios técnicos de arena no Curral Zeca Xibelão. Nesta quinta-feira (16) não foi diferente. O talento dos artistas parintinenses e a energia da multidão formaram uma atmosfera de Bumbódromo para a terceira noite de ajustes do espetáculo “Amazônia, Nossa Luta em Poesia”.

Com um repertório arrebatador, o item 19 (galera) entoou grandes clássicos do Festival de Parintins junto com o levantador de toadas Patrick Araújo. “Os ensaios têm mostrado que nossa galera não vê a hora de estar na arquibancada. Sentir esse calor dias antes da estreia na arena é fundamental na preparação. Não vai faltar empenho de nossa parte para retribuir tanto carinho”, destaca Patrick Araújo.

Toadas como “Quem vai mandar é a multidão”, “É festa de novo!”, “Sentimento porreta”, “Feito de pano e espuma” estão na ponta da língua da galera e representam a garra e a força do Boi Caprichoso nesta temporada. As obras foram lançadas no período entre 2020 e 2022 e são destaques de acesso nas principais plataformas de streaming do mundo.

A Marujada de Guerra também foi um show à parte durante o ensaio, com uma levada e cadência contagiante. O item coletivo é conduzido pelo comandante Márcio Cardoso, estreante no Bumbódromo. Ele destaca que os marujeiros foram impecáveis nos ensaios semanais e assegura grandes momentos na arena. “Foram dois anos sem essa atmosfera, essa ansiedade típica de festival e a gente transformou tudo isso em trabalho, para conduzir o espetáculo musical do Boi Caprichoso com maestria”, comenta Márcio Cardoso.

O ensaio é concretizado sob o olhar atento do presidente Jender Lobato. “A cada noite, nossos itens e nossa galera se superam e nós estamos muito confiantes que faremos três grandes espetáculos no festival. Amanhã, na sexta-feira, vamos finalizar esta importante preparação e caminhar rumo ao Bumbódromo para conquistar o título de campeão para o Boi Caprichoso”, pontua o presidente.

Pajé e galera mostram força do Caprichoso na conquista do Festival de Parintins 2022

O canto da nação azulada se uniu à voz do levantador de toadas, Patrick Araújo, do apresentador, Edmundo Oran, e do pajé, Erick Beltrão, para transformar o segundo ensaio técnico do Boi-Bumbá Caprichoso em um grande espetáculo nesta quarta-feira (15/06). A galera foi a protagonista da noite marcada pela evolução dos itens individuais e coletivos afinados no curral Zeca Xibelão para consagrar o Boi Negro da Amazônia campeão do 55º Festival Folclórico de Parintins.

A luta pelos povos da floresta e pelos direitos da terra foram decantados pelo Boi Caprichoso com participação da galera em massa. O pajé Erick Beltrão e as tribos indígenas encenaram momentos
surpreendentes que arrancaram aplausos da nação azulada. “O momento cênico é muito forte e será ainda maior no Bumbódromo. Venho construindo uma apresentação verdadeiramente indígena e a interação da galera é uma energia que me enche de forças para representar essa nação azulada que tanto me apóia”, declara o pajé responsável por um dos momentos mais intensos do espetáculo.

O Boi Caprichoso está preparado para executar o maior espetáculo já visto na história do festival. Do curral Zeca Xibelão se ouviu o brado uníssono com o refrão da toada tema “Punhos erguidos aqui, de braços dados até o fim, liberdade é arte que triunfa e voa. Valentes guerreiros tutores, guardiões azulados protetores, cingidos de poesia, o nosso canto ecoa”. “Fiquei verdadeiramente emocionado com a galera do Caprichoso que espera um grandioso espetáculo e fizemos isso”, reconhece o presidente Jender Lobato.

O dirigente destaca que toda essa confiança depositada nos 21 itens, na diretoria e no Conselho de Artes se transforma em energia percebida no curral Zeca Xibelão. “Isso aqui é um ensaio, ainda não é na arena. Esse ensaio se transformou em um grandioso espetáculo que planejamos para que a gente possa, realmente, fazer três dias de grandes apresentações. O resultado disso, com muita fé em Deus, esperamos o máximo de todos os itens com o seu potencial no Bumbódromo e sermos consagrados campeão de um festival que vale por três”, assegura Jender Lobato.

Atento a cada detalhe da estratégia do projeto “Amazônia Nossa Luta em Poesia”, o presidente do Conselho de Artes, Ericky Nakanome, ressalta o momento importante de consagração do boi de vanguarda. “Um boi que deu início às questões relacionadas às revoluções dentro do festival. Não poderia ser diferente uma noite como essa, na qual o Boi Caprichoso traz para a arena um passo à mais no futuro, com novidades, possibilidades e abrindo uma série de caminhos pro festival folclórico”, enfatiza.

Fotos: Pedro Coelho

Caprichoso emociona e transmite sentimento de vitória no primeiro ensaio técnico de arena

Mesmo com muitos momentos importantes guardados para a arena do Bumbódromo, o Boi Caprichoso conseguiu arrancar gritos de campeão da galera que assistiu a primeira noite de ensaio técnico de arena, nesta terça-feira, 14, no curral Zeca Xibelão. A preparação para o Festival Folclórico 2022 se transformou numa grande festa ao som das melhores toadas de boi.

Com 53 anos de Marujada de Guerra, o marujeiro Bacuri deu o primeiro batuque para o início do espetáculo. O show teve total comando do apresentador, Edmundo Oran, ao som da voz forte do levantador, Patrick Araújo, e dos versos do amo Prince do Boi, que empunhou o berrante anunciando que o espetáculo “Amazônia, nossa luta em poesia” começava.

O ensaio técnico foi marcado por um “sentimento porreta” de superação e vitória. O Caprichoso mostrou um show com cuidado nos detalhes das apresentações, mas embalado de muita emoção e interação com a galera, item 19, que participou ativamente dos momentos cênicos. A cada apresentação dos itens individuais uma vibração maior. Após meses de ensaios, o pajé Erick Beltrão, a cunhã-poranga Marciele Albuquerque, a porta-estandarte Marcela Marialva, a rainha do folclore Cleise Simas, a sinhazinha da fazenda Valentina Cid e o tripa do boi Alexandre Azevedo puderam mostrar parte do que será apresentado na arena do Bumbódromo. Um espetáculo a parte que chamou a atenção do público.

O presidente do Caprichoso, Jender Lobato, acompanhou toda a apresentação e participou na arena de um momento empolgante de interação com a galera. Para ele, o ensaio técnico é uma mostra clara de um boi campeão. “O sentimento é de dever cumprido, parte dele cumprido. Hoje a gente começa com o pé direito, porque hoje é o dia que a gente já consegue reunir o time completo pra fazer um grande ensaio. Então, eu tenho certeza absoluta de que nós estamos trilhando um caminho de vitória, o caminho da vitória de Jesus. Você torcedor apaixonado que representa a nossa nação vibrante aguarde um Caprichoso preparado pra fazer o verdadeiro espetáculo, que vai encher os meus olhos e os seus olhos de muito orgulho, alegria e vamos a vitória se Deus quiser”, declara Jender.

Com tanta participação da galera, o torcedor azulado, William Vieira, acredita que o Caprichoso vai ser emoção do início ao fim da apresentação. “Foi um ensaio com padrão de arena, o padrão Caprichoso de beleza e energia. O Caprichoso confirmou nesta noite que está preparado para ser campeão e isso repetido na arena do Bumbódromo”, afirma o torcedor.

O secretário de estado de Cultura e economia criativa do Amazonas, Marco Apollo Muniz, também esteve no curral Zeca Xibelão e elogiou todo o trabalho realizado pela diretoria do boi e o empenho dos artistas em construir o maior Festival de todos os tempos. “Que a gente possa estar fazendo esse trabalho de preparação que antecede esse que, certamente, será o maior festival folclórico de todos os tempos. Deixo aqui o meu abraço e os meus parabéns a toda a galera azul e branca. É contagiante ver todo mundo já aqui se preparando para o nosso festival”, parabenizou.

Este foi o primeiro de quatro ensaios técnicos que estão no cronograma do Boi Caprichoso. Os próximos serão realizados nos dias 15, 16 e 17 no curral Zeca Xibelão e no dia 21 no Bumbódromo. O torcedor azulado faz a doação de um combo de alimento (2 kg de alimento não perecível) que serão destinados aos grupos de dança e demais colaboradores do bumbá.

Fotos: Arleison Cruz

Caprichoso inicia ensaios técnicos com arrecadação de alimentos

O bumbá conclama seus torcedores a participarem deste momento decisivo em preparação ao Festival de Parintins

O Boi-Bumbá Caprichoso inicia nesta terça-feira (14/06) os ensaios técnicos de arena para o Festival Folclórico de Parintins 2022. Os ajustes finais serão feitos no Curral Zeca Xibelão com a presença de todos os itens individuais e coletivos que fazem parte do projeto de arena “Amazônia, Nossa Luta em Poesia”. O bumbá conclama os seus torcedores a participarem deste momento e solicita como ingresso a troca de alimentos não perecíveis.

Serão quatro noites de ensaios técnicos, com início a partir das 21 horas. O elenco estará completo com todos os dançarinos, músicos, corpo cênico e demais artistas que desempenham um papel fundamental na arena. Conforme o planejamento das diretorias social e eventos, a lista de alimentos para a entrada no curral é a seguinte:

Terça-feira: café e açúcar (combo)
Quarta-feira: arroz e macarrão (combo)
Quinta-feira: leite e óleo (combo)
Sexta-feira: feijão ou farinha (individuais)

A diretora de eventos do bumbá, Bena Mafra, explica que os mantimentos serão destinados à alimentação dos grupos folclóricos oriundos de outros municípios. “Nós temos um compromisso muito grande com os artistas e dançarinos que vêm de outras cidades abrilhantar e somar conosco no festival. Por isso, nós estamos pedindo essa ajuda do nosso torcedor para juntos enfrentarmos este grande desafio e construirmos um projeto campeão”, destaca.

O presidente do Caprichoso, Jender Lobato, enfatiza que todo o elenco está pronto, confiante no título do festival. “Vamos em busca desse troféu, fazer três grandes espetáculos no Bumbódromo e erguer o título do maior Festival Folclórico de Parintins de todos os tempos. Contamos com a força e ajuda do nosso torcedor para juntos escrevermos uma linda história nesta temporada do recomeço”, ressalta.

 

Caprichoso organiza maior Boi de Rua da história para o maior festival de todos os tempos

 

Em reunião realizada neste fim de semana ficou definido que o ponto de partida do evento será o Curral Zeca Xibelão

O Curral Zeca Xibelão será o ponto de partida para o maior Boi de Rua da história do Caprichoso, marcado para a noite de 18 de junho, em Parintins. A festa tradicional arrasta uma multidão pelas principais ruas da capital nacional do boi-bumbá, e nesta temporada ocorre na semana que antecede o Festival Folclórico. Neste ano, há uma novidade para os torcedores, o evento culminará com o show apoteótico “Amazônia, nossa luta em poesia”, com a presença de todos os itens oficiais, na Praça dos Boi – lado azul.

As diretorias de eventos e artística do bumbá organizam uma estrutura de primeira para oferecer aos torcedores um ambiente seguro e festivo durante todo o trajeto. Em reunião nesta sexta-feira (10), foi definido que o ponto de partida do maior Boi de Rua de todos os tempos será o Curral Zeca Xibelão. A programação e o trajeto são os seguintes:

20h, no Curral Zeca Xibelão: Júnior Paulauin e Banda Caprichoso.
21h 30min: Início do Boi de Rua no trio: Edmundo Oran, Patrick Araújo, Prince do Boi e os demais toadeiros.

O andamento segue pela Rua Gomes de Castro, Avenida Amazonas, Rua Cordovil, Avenida Nações Unidas, Rua Marujada, e o encerramento na Praça dos Bois – lado azul, com um show padrão Caprichoso. Durante o percurso, além do trio, a diretoria montará um sistema de som de paredões para que todos os torcedores prestigiem o repertório das toadas do Boi de Rua, que estarão interligados pelo sistema de som via rádio FM.

O diretor artístico Edwan Oliveira assegura a realização de um evento grandioso, que ficará marcado na história do Festival de Parintins. “Por isso eu convido toda a nação para prestigiar e celebrar a tradição azul e branca com o maior Boi de Rua da história. E depois, a grande novidade, ao chegarmos na Praça dos Bois, vamos fazer um espetáculo maravilhoso, um show com a presença de todos os nossos itens e os demais segmentos do Caprichoso”, destaca.

O presidente Jender Lobato afirma que todo o projeto logístico para o evento foi organizado para que o torcedor se divirta do Curral Zeca Xibelão à Praça dos Bois. “Tenho certeza que será épico, pois nós vamos reunir o maior público da história de um Boi de Rua, movimentar as ruas de Parintins como nunca nenhum boi fez antes. A nação aguarda com muito entusiasmo este momento e pela proximidade do festival, tem tudo para ser grandioso, com uma estrutura de primeiro mundo, com algumas surpresas que nós preparamos também para nosso torcedor”, enfatiza.

Fotos: Divulgação

Tarde Alegre infantil do Caprichoso é inclusão e perpetuação do Boi Negro da Amazônia

A criançada alegrou o curral Zeca Xibelão neste domingo, 12 de junho, com a realização da última edição da temporada 2022 da Tarde Alegre Infantil. Um espaço que Boi Caprichoso criou há 35 anos para incentivar a maior cultura de Parintins entre os pequenos torcedores e, de forma especial, proporcionar a inclusão também na brincadeira do Boi-Bumbá.

O palco do curral recebeu as novas gerações incentivadas pelos itens oficiais presentes que evoluíram juntos: apresentador, Edmundo Oran, tripa do boi, Alexandre Azevedo, sinhazinha da fazenda, Valentina Cid, rainha do folclore, Cleise Simas, porta-estandarte, Marcela Marialva, cunhã-poranga, Marciele Albuquerque, e pajé, Erick Beltrão.

Além dos tradicionais brinquedos pula-pula e castelo inflável, a realização pessoal das crianças foi vestir a fantasia e representar personagens para apresentação como item na última edição da Tarde Alegre Infantil 2022. “A gente chega ao final da Tarde Alegre bastante feliz com os resultados, com o público alcançado e o curral lotado de crianças com os pais. Essas novas gerações têm a missão de levar o boi adiante”, afirma o coordenador do projeto, Diego Omar.

O presidente do Caprichoso, Jender Lobato, confessou um sentimento de dever cumprido, pela promoção de entretenimento e de descoberta de novos talentos. “É um momento de muita emoção para nós, por termos crianças torcedoras do Boi Caprichoso e do boi contrário. Quando a gente promove esse tipo de evento, damos oportunidade para as crianças que brincam em casa. O Caprichoso abre as portas para todas as cores. As crianças deram uma demonstração de que o nosso boi vai se perpetuar”, assegura.

As finais dos concursos chamou a atenção do público. Curumins e cunhantaes de todas as idades mostraram o talento e potencial do futuro Caprichoso. Após as animadas apresentações, os itens mirins do Caprichoso ficaram assim definidos:

Apresentador: Guilherme Tavares Machado
Levantador: Juliano Henrique Vieira
Amo do Boi: Edgar Henrique
Tripa: Anthony Rick Marques / Heitor Picanço
Sinhazinha: Ana Cláudia Lopes
Porta-estandarte: Jackeline Lima Ribeiro
Rainha do Folclore: Evelyn Laiane Pereira
Cunhantã-poranga: Ana Kelly Garcia / Gabriela Ayana Pereira
Pajé: Miguel Arcângelo

Um Caprichoso de todos os pequenos

Entre quase 30 itens inscritos no concurso de itens mirins, Heitor Picanço Andrade é a prova viva de que a Tarde Alegre Infantil Azul e Branca é espaço para a criançada de Parintins brincar de boi-bumbá e transformar o sonho em realidade. O menino de nove anos que concorreu como tripa mirim no palco do Curral Zeca Xibelão tem Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), é filho da professora universitária, Helen Picanço, e do técnico bancário, Sávio Andrade.

A mãe conta que Heitor se dedicou muito, inclusive mudou a alimentação. “Ele passou a comer mais frutas. Todo dia ele ensaiava e assistia a vídeos na Internet. Emprestamos um boi da tia dele e eu tive que entrar nesse processo. Toda a família se envolveu. Foi um desafio muito grande, porque envolve vários movimentos, o entendimento da música e exige muita concentração. Ele já é um campeão, por superar as dificuldades e conseguir chegar até aqui”, revela Helen Picanço que é torcedora do boi contrário, mas incentivou a criança a brincar no boi que escolheu.

 

Noite da Resistência: Marciele Albuquerque e Erick Beltrão dançam em defesa dos povos indígenas

A cunhã-poranga, Marciele Albuquerque, e o pajé, Erick Beltrão, protagonizaram neste sábado (11) a Noite da Resistência, no Curral Zeca Xibelão. Os dois itens do Boi-Bumbá Caprichoso representam a força da matriz indígena no Festival Folclórico de Parintins e levantam a bandeira de luta contra todas as mazelas enfrentadas pela filhos da grande floresta, sobretudo o garimpo ilegal e o desmatamento da Amazônia.

O Povo Caprichoso participou em massa da festa e testemunhou o brado do boi negro de Parintins. Comandada pelo talento e pela voz do Apresentador, Edmundo Oran, a galera azul entoou grandes clássicos do festival e deu o tom para as apresentações da bela guerreia e do curandeiro azul.

Para o pajé Erick Beltrão, o Caprichoso assume um papel crucial na luta pelos povos indígenas. “Através da nossa dança e do nosso canto, assumimos essa responsabilidade de dar voz e visibilidade aos povos originários. Eles existem e resistem frente a todas as ações devastadoras atualmente. Nós nos unimos nesta luta em defesa da Amazônia”, destaca.

A cunhã poranga, Marciele Albuquerque, chamou atenção para a falta de amparo aos povos indígenas, principalmente, aqueles que vivem isolados. “Nós temos ciência de toda essa problemática e queremos erguer nossos punhos em todos os lugares, pois o Caprichoso é o boi das causas amazônicas, sabe da realidade enfrentada e, por isso, ergue seu canto de protesto e defesa, sobretudo daqueles que lutam por sua soberania”, enfatiza.

O presidente do Caprichoso, Jender Lobato, destacou o empenho dos itens individuais do bumbá em preparação ao Festival Folclórico. “Hoje a noite foi protagonizada pela Marciele e pelo Erick e nós estamos muito confiantes no trabalho dos dois, assim como dos demais itens que estão numa sequência energética de ensaios técnicos e preparação física. Eu não tenho dúvida que a nação azul e branca se sente muito bem representada, assim como nós da diretoria”, ressalta.

Aniversariantes da noite

A festa também foi especial pelo aniversário dos grupos Corpo de Dança Caprichoso (CDC) e Troup Caprichoso, que comandaram o espetáculo coreográfico no palco do Curral Zeca Xibelão. Integrantes antigos, que marcaram época nos dois grupos, participaram da performance na noite. O repertório da festa foi um show a parte, com toadas clássicas do Festival de Parintins que fizeram o público dançar, se divertir e matar a saudade do Boi Caprichoso.

O diretor coreográfico do bumbá, Jair Almeida, destaca que os grupos de dançarinos deixaram um legado vivo dentro do Caprichoso. “Eles deram início a todo este processo de criação e execução das coreografias e hoje nós temos orgulho de olhar para trás e perceber o quanto foram fundamentais para a construção e consolidação do ritmo do Boi-bumbá”, explica.

O Boi Caprichoso levará para a arena do Bumbódromo o tema “Amazônia, Nossa Luta em Poesia” nas noites de 24, 25 e 26 de junho.

Fotos: Glen Dinely